Oliver Twist

Chatíssimo. É verdade que tenho passado por uma maré não muito boa de leituras, mas Oliver Twist testou toda a minha paciência e força de vontade. Abusou da minha mania boba de não abandonar livros pela metade.

Meu problema é que sempre mantenho a esperança que o livro vai melhorar e que a história vai ficar interessante. E mesmo quando essa esperança acaba, tenho a sensação que já é tarde demais para voltar atrás e abandonar as muitas páginas lidas. Tipo quando a gente tá esperando uma pessoa e pensamos “vou esperar só mais dez minutos”. A pessoa não chega e você pensa “ok, mais cinco”. Nada da pessoa aparecer e você pensa que já esperou demais para simplesmente ir embora agora. E aí fica esperando nem que seja para xingar muito quando o atrasadinho finalmente chegar.

É essa a minha relação com os livros ruins. Leio até o final nem que seja pra poder falar muito mal depois. Às vezes a insistência é compensada – vide Grande Sertão: Veredas. Outras, é a mais completa perda de tempo.  Claro que sempre tem a chance deu achar o livro ruim por simplesmente estar num momento ruim. O estado de espírito é realmente capaz de influenciar a minha – e acredito que a sua também – capacidade de julgamento.

Apesar do meu desgosto, Dickens é o terceiro autor mais adaptado. A medalha de bronze se deve, principalmente, por Oliver Twist, adaptado mais de 20 vezes! (tabela retirada daqui)

Mas desconsiderando essa hipótese, aí vão alguns motivos para eu não ter gostado do livro mais famoso de Charles Dickens:

1)Utiliza um artifício muito chato de se auto referir. Assim: “[…] seguiam para Londres, pela Grande Estrada do Norte, duas pessoas às quais evidentemente esta narrativa deve tributar atenção” e assim: “[…]eis por que o autor destas linhas se apressa a tributar-lhe o devido respeito” e assim também: “[…] foi nesse estabelecimento que nasceu o mortal cujo nome encabeça o presente livro”. Argh!

2) Os personagens têm nomes, codinomes, apelidos, sobrenomes e, a  cada momento, são identificados de uma forma diferente. Eu, que já tenho dificuldades com nomes de personagens, fico perdidinha tentando lembrar a quem, a final de contas, o autor está se referindo (tive muitas dificuldades também com Trainspotting, onde cada personagem tem uns mil nomes, e também com Crime e Castigo, onde os personagens têm nomes impronunciáveis e praticamente idênticos. Então, bem capaz do problema estar comigo, e não com Dickens. Se bem que eu não tive problemas em gravar e assimilar os nomes dos mil personagens de Harry Potter…vai entender).

3)Oliver é um menino muito chato. Órfão, abandonado, mal tratado, nhen, nhen, nhen…! Chato.

Enfim, posso até reconhecer que a história tenha sido muito importante na época de sua publicação por denunciar os abusos e os mal tratos que sofriam as crianças abandonadas tendo sido, inclusive, importante para que algumas reformas acontecessem. Mas não deixa de ser uma história chata e, porque não?, mal contada.

Quem? Charles Dickens

O que? Oliver Twist

Quando? A primeira é 1837, essa aí do lado, que eu comprei na máquina de livro do metrô de SP, eu não consegui descobrir de quando é

Páginas? 102

5 comentários sobre “Oliver Twist

  1. Olá Stéphanie. Adorei muito seu blog.
    Sempre curti muito ler, gosto de receber indicações de livros, já adicionei nos favoritos para não esquecer de consultar.

    Eu encontrei sem querer procurando imagens de filmes, pois tenho um blog sobre filmes. Estou na saga de assistir todos os filmes vencedores de Oscar da história, mas acabo me empolgando e postando sobre todos os filmes que tenho vontade.

    Meu link é http://osvencedoreseoutrosclassicos.blogspot.com.br/

    beijos,
    Thai

    1. Oi, Thai!

      Foi procurando imagem para o Volta ao mundo em 80 dias que você topou com o meu blog? Tava dando uma olhada no seu agora. Fiquei até triste que a adaptação do livro de Júlio Verne não é lá tão boa, porque o filme é muito bom! Mas também, 3 horas de filme…rs!

      Que bom que gostou do blog! Bem legal a ideia do seu também!
      Visitarei sempre!

      Beijos!

      1. Sim, exatamente…. procurando a imagem do filme, encontrei seu blog e já indiquei para minhas amigas.
        Um dia que não tiver muita coisa para fazer vale assistir o filme, porque já leu e gostou do livro mesmo né…. não custa ver o livro tomar vida.

        Continue escrevendo, estou adorando.

        Beijos

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